quinta-feira, 1 de junho de 2017

Mais de 6 horas de discussão para aprovar dois projetos em 1ª votação

Foram mais de seis horas de discussões e vasto arsenal de manobras regimentais de obstrução para votar apenas dois projetos do Executivo em 1ª votação. E a semana acabou.

Os vereadores aprovaram por 38 votos um seguro de vida para os membros da GCM (Guarda Civil Metropolitana). Os guardas ou seus beneficiários terão direito a indenização de até R$ 200 mil no caso de morte ou invalidez, durante o serviço ou no caminho entre a casa e o trabalho. O texto do PL 334/2017 prevê ainda que a chefia do guarda que ficar ferido ou perder a vida, avise, em até 72 horas, a Corregedoria Geral da GCM para que o processo de indenização seja instaurado.

Já está definido que para a segunda votação serão apresentadas emendas e pelo menos um substitutivo da liderança de governo. O vereador Paulo Frange (PTB), por exemplo, defende uma alteração para que os valores sejam recebidos por quem os guardas indicarem como beneficiários, já que o texto da gestão João Doria (PSDB) limita o benefício a herdeiros e sucessores. “O projeto é muito bom, traz segurança para a GCM. Mas no caso de morte, se baseia em uma legislação antiga. Alguns guardas não tem família, por exemplo”, diz Frange.

Educação: Supervisores Escolares

Também foi aprovado em primeira votação o PL 574/2016, ainda da gestão Fernando Haddad (PT), que cria 96 cargos de supervisor escolar. O pedido para que o projeto fosse incluído com urgência na pauta foi do vereador e professor Cláudio Fonseca (PPS), para convocar 96 profissionais já concursados.

Invasão da Secretaria da Cultura

Mais polêmica na Câmara: enquanto corria a sessão extraordinária, o vereador Toninho Vespoli (PSOL) participava de ocupação da Secretaria Municipal da Cultura, ao lado de manifestantes partidários e de movimentos do setor, exigindo a saída do secretário André Sturm. Causou revolta no plenário.

No retorno de Vespoli, uma "ameaça" bem humorada do vereador: "Podem cassar o meu mandato, aí assume a vereadora Isa Penna", ironizou, provocando risos entre os colegas com a inevitável comparação entre ele, com seu estilo bonachão, e a postura muito mais radical da suplente do PSOL.

Ditadores e "terroristas"

Antes disso, houve um bate-boca acima do tom minimamente civilizado do vereador Camilo Cristófaro (PSB) contra a vereadora Sâmia Bomfim (PSOL): ao se manifestar contra uma pessoa nas galerias que ofendeu verbalmente a vereadora Rute Costa (DEM), de modo totalmente inconveniente, o vereador ensaiou um discurso inflamado em defesa da mulher.

A vereadora do PSOL lembrou que Camilo Cristófaro também responde na Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo por ter se envolvido num episódio igualmente deplorável de agressão contra uma mulher, a vereadora Isa Penna (PSOL).

Foi o que bastou para "Camilinho" surtar e chamar aos berros a colega de "terrorista" e acusá-la de viajar a Brasília com recursos públicos para "destruir ministérios". Prosseguiu uma discussão sobre as origens da renda e dos bens de cada um.

Pouco antes o mesmo parlamentar do PSB se envolveu em discussão com o vereador Arselino Tatto (PT), que defendia um projeto de troca do nome de uma rua na Lapa, de Sergio Paranhos Fleury, delegado da época da ditadura militar, por Frei Tito, vítima de tortura.

Camilinho, curiosamente eleito pelo Partido SOCIALISTA Brasileiro, saiu em defesa do Delegado Fleury, questionando a pecha de "torturador" e "assassino". Tatto argumentou que as informações são públicas, desde os trabalhos coordenados por D. Paulo Evaristo Arns e o grupo Tortura Nunca Mais!

Camilinho rebateu, fora do microfone: "Esse é outro comunista. Odeio!"

O bate-boca prosseguiu (veja aqui)... Uma novela interminável!