quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

A Caixa de "PanDoria" e os 5 conselheiros divinos do TCM

Na mitologia grega, a Caixa de Pandora era um artefato que continha todos os males do mundo. Criada por Zeus, a curiosidade de Pandora certamente a levaria a abri-la, liberando todo o mal.

Na realidade paulistana, igualmente surreal e com o perdão do trocadilho infame, existe uma espécie de Caixa de "PanDoria" impermeável e que imobiliza ações administrativas do prefeito numa intervenção quase divina de conselheiros todo-poderosos que na vida terrena foram políticos medíocres.

De tempos em tempos, levanta-se a inutilidade do Tribunal de Contas do Município nos moldes atuais. A Folha de S. Paulo traz uma boa matéria sobre o tema nesta quinta-feira, 4 de janeiro. Leia aqui: Tribunal de Contas da cidade de SP acumula mordomia e supersalários.

Sempre nos perguntamos: Como um órgão que deveria ser essencialmente técnico e por lei é mero auxiliar da Câmara Municipal, composto por apenas cinco conselheiros, pode ter um orçamento tão vultoso, milionário, mais caro que boa parte das secretarias paulistanas (quase metade dos custos do próprio Legislativo) e funcionar de forma tão insubordinada?

Resta saber se esta nova reportagem sensibilizará a sociedade paulistana, vereadores, jornalistas, promotores, organizações sociais e a opinião pública para defender o fim deste espetáculo nababesco, desta caixa de ressonância da mais desprezível politicagem, horrenda e insultuosa à democracia e à moralidade republicana.

O prefeito João Doria já acusou o TCM de "exagerar nas suas funções e prejudicar a cidade", mas foi duramente criticado pela oposição e por formadores de opinião por estar supostamente se colocando contrário a um órgão independente fiscalizador da sua gestão. Quem conhece a coisa por dentro, sabe que nem tudo é o que parece.