- Vereador, o senhor troca uma avenida com nome de ex-primeira dama por um viaduto do Palmeiras?
- Simmmm!
O diálogo é fictício, mas a situação, aparentemente surreal, aconteceu de fato nesta quarta-feira, na Câmara Municipal de São Paulo.
Não tem como não lembrar da velha "cabine do sim ou não", nostálgica atração do Programa Silvio Santos nos anos 70, onde uma criança tinha que escolher entre os brinquedos oferecidos, de quinquilharias a bicicletas, respondendo ao apresentador (sem ouvir) sempre que a lâmpada acendesse.
Nada mais esclarecedor que a fala do vereador Reis (PT) na Comissão de Constituição e Justiça: vencido pelo cansaço (e pelo acordo da bancada do PT com a maioria governista) ele desistiu de tentar emplacar uma homenagem à ex-primeira dama Marisa Letícia Lula da Silva no prolongamento da Avenida Chucri Zaidan, na zona sul da cidade.
"Houve acordo. Perdi uma avenida mas ganhei um viaduto", explica com ar maroto e sincero. "Eu estava obstruindo as votações desde o dia 9 de novembro. Faz quase um mês. A homenagem à Dona Marisa era a minha bandeira, mas me deixaram com o mastro na mão."
Como compensação, o vereador "ganha" a denominação de um viaduto que faz referência à "Arrancada Heróica" do Palmeiras em 1942 e integra uma extensa pauta de 186 itens com projetos de todos os parlamentares a serem aprovados simbolicamente, atendendo igualmente a "cota" de todas as bancadas. E assim funciona o Legislativo da maior cidade do país...