Mais uma semana improdutiva no plenário da Câmara Municipal de São Paulo. Sem quorum para a realização das sessões extraordinárias, nada é discutido nem votado pelos vereadores. A cena vem se tornando corriqueira (em ano eleitoral, como foi 2016, a falta de sessões fica ainda mais evidente). Em plena quarta-feira, às 16h15, está terminada a semana de trabalho no Legislativo paulistano.
Havia uma extensa pauta de 206 itens para a sessão extraordinária desta quarta, dia 30 de novembro. Mas a falta de entendimento entre as bancadas, mais uma vez, emperra o andamento da Casa. Antes do encerramento, houve tempo apenas para um pedido de minuto de silêncio pela morte do "líder revolucionário" Fidel Castro, formulado pelo petista Paulo Fiorilo, com direito a prelúdio emocionado do veterano Jamil Murad (PCdoB). Somou-se uma homenagem silenciosa às vítimas da tragédia do vôo da Chapecoense.
Além das sessões plenárias
Merecem registro nesta quarta, além da falta de quorum no Plenário, outros dois acontecimentos:
1) O encerramento da CPI da Compensação Ambiental, presidida pelo vereador Ricardo Young (Rede), com relatório de Gilberto Natalini (PV) aprovado por unanimidade na comissão.
2) A audiência da Comissão de Trânsito e Transportes que tratou do subsídio para o sistema de ônibus na cidade. A proposta do Orçamento de 2017 prevê R$ 1,75 bilhão de subsídio, algo em torno de R$ 770 milhões a menos que o necessário para manter o valor atual da tarifa. É mole?
Agenda da semana
Na próxima terça, dia 6 de dezembro, deve ser discutido e aprovado em 1ª votação o Orçamento de 2017. Na quarta deve ser convocada sessão para tentar aprovar um pacotão de projetos de lei de autoria dos vereadores, mais alguns projetos do Executivo, obedecendo ao acordo entre os líderes. É preciso ficar de olho no que será aprovado, muitas vezes em votação simbólica, sem que a maioria do plenário se dê conta do que está sendo deliberado.
Também merecem atenção especial projetos como a Operação Urbana Bairros do Tamanduateí, que o líder do governo Haddad, vereador Arselino Tatto (PT), já avisou que tentará votar antes do fim da legislatura. É o tipo de projeto que, se aprovado, vai causar uma série de desapropriações e incontáveis transtornos a moradores e comerciantes de bairros como Mooca, Vila Prudente, Ipiranga e Cambuci.
Para se ter uma ideia, um dos objetivos declarados da tal Operação Urbana é triplicar a população desses bairros, que já sofrem horrores com o gargalo de trânsito e a falta de áreas verdes e de equipamentos sociais. Imagine três vezes mais gente e trezentas vezes mais problemas. Ou seja, olho neles, cidadãos!