Até o início dos trabalhos em plenário às 15 horas desta terça-feira, 14 de dezembro, tendo em pauta a aprovação em segunda e definitiva votação de um projeto substitutivo do governo que pune com multa as pichações na cidade, ninguém ainda sabia exatamente o que iria votar.
O fato inusitado foi questionado por alguns vereadores da oposição e até mesmo governistas, como Sandra Tadeu (DEM), Police Neto (PSD) e a bancada do PRB: já se sabia que o projeto seria aprovado com folga pela base de sustentação do prefeito, mas simplesmente ninguém conhecia o texto na íntegra, até porque ele ainda estava sendo elaborado.
O líder do governo, vereador Aurelio Nomura (PSDB), fazia os ajustes no texto final do substitutivo a ser votado pela base, que provocava divergências pontuais inclusive com o presidente da Câmara, vereador Milton Leite (DEM). Enquanto isso o colégio de líderes debatia sobre como proceder a votação, incluindo na pauta projetos de nomeação e homenagens dos vereadores (no que o presidente da Câmara chamou de "lista de débito e crédito", atendendo a "cota" de cada vereador).
Outra desinformação foi notada na fala do secretário de Relações Governamentais do prefeito João Doria (PSDB), o ex-deputado Milton Flavio, que afirmou na audiência pública sobre o tema das pichações, na manhã desta terça-feira, que "o governo não tem nada a ver com este substitutivo; esse é um assunto exclusivo do Legislativo". Pareceu piada de mau gosto, principalmente diante do empenho do líder do governo e do presidente da Câmara em aprovar rapidamente o projeto, que foi um compromisso firmado pessoalmente com o prefeito.