Para "simbolizar a arte de rua organizada na cidade de São Paulo", o vereador Adilson Amadeu presenteou Mauro Neri com um kit de latas de tintas coloridas, que acabaram sendo usado pelos próprios vereadores em um dos muros do ateliê.
Os vereadores Eduardo Suplicy (PT), Toninho Vespoli (PSOL), Sâmia Bomfim (PSOL) e Adilson Amadeu (PTB) experimentaram a arte do "pixo" - o que não chegou a ser uma transgressão à lei por ter sido autorizado.
Porém, foi curioso presenciar o vereador Adilson Amadeu, um dos maiores críticos dos pichadores, pintar o símbolo das suas campanhas eleitorais (um "A" estilizado das iniciais do seu nome, lembrando as placas de trânsito), na primeira oportunidade que teve para mostrar aquilo que ele prega ser o "símbolo da arte de rua organizada da cidade".
Alguns também viram na "arte" de Adilson Amadeu algo que lembrava vagamente o símbolo mundialmente identificado com a "anarquia".
Nos discursos anti-pichação, ele dizia, entre outras críticas aos nomes e "códigos indecifráveis" dos pichadores, o seguinte:
"O que temos que observar é a diferença que existe entre a pichação e o grafite, este feito por artistas, uma coisa linda, que no mundo todo conta com autorização, logicamente em locais determinados onde ocorrem exposições e concursos e deles tiram artistas e mais artistas. Agora, sobre a pichação, quero que me expliquem, como pedi hoje durante a audiência pública a um pichador, por que na casa dele, na parede do prédio onde mora ele não picha. Porque a mulher dele é contra a que ele saia para pichar, então ele sai escondido para fazer."
"Quando falam que pichação é coisa de gente sem condição, lembro que o pichador que estava na audiência estava com notebook, bem vestido, com uma bela mochila. Então, ele é um pichador elitizado? Não. Pichar é crime, e há lei federal que prevê isso."
"Agora, o que me deixa indignado - e eu pergunto e quero que as pessoas vão decifrando - são os códigos que eles colocam. Vai saber o que eles estão colocando e que mensagens estão mandando uns para os outros. Aí eles põem lá que a gangue tal não pode mexer naquele espaço que eles picharam. Quer dizer, eles tomaram conta do território e não querem ser punidos?"
"Quando falam que pichação é coisa de gente sem condição, lembro que o pichador que estava na audiência estava com notebook, bem vestido, com uma bela mochila. Então, ele é um pichador elitizado? Não. Pichar é crime, e há lei federal que prevê isso."
"Agora, o que me deixa indignado - e eu pergunto e quero que as pessoas vão decifrando - são os códigos que eles colocam. Vai saber o que eles estão colocando e que mensagens estão mandando uns para os outros. Aí eles põem lá que a gangue tal não pode mexer naquele espaço que eles picharam. Quer dizer, eles tomaram conta do território e não querem ser punidos?"
Veja alguns programas especiais sobre pichação, grafite e arte urbana:
Ações de João Doria contra os pichadores no #ProgramaDiferente
Ativismo na Arte: Consciência e Atitude no #ProgramaDiferente
Pixação no #ProgramaDiferente: arte, protesto ou vandalismo?