A intenção dos vereadores paulistanos era votar um pacotão de projetos em sessões extraordinárias, mas a semana da Câmara Municipal de São Paulo não foi das mais produtivas. Sem votações na terça e na quarta-feira (aliás, desde antes do Carnaval), o plenário limitou-se a uma pequena "limpeza" na pauta das sessões ordinárias com a manutenção de vetos do Executivo sobre projetos aprovados de vereadores, deixando pendentes apenas outros vetos que regimentalmente poderão ser derrubados.
Além da quarta-feira marcada por greve de servidores, paralisação do transporte público e manifestações contra a Previdência, notícias da imprensa influenciaram os ânimos da Casa. Uma positiva (o corte de supersalários) e outras negativas (acusação de suposto caixa dois na campanha de Fernando Holiday, do DEM, e de funcionário fantasma no gabinete de Claudinho de Souza, do PSDB).
O clima também esquentou quando Adilson Amadeu (PTB) questionou, da tribuna, a vereadora Isa Penna (PSOL), suplente que assumiu interinamente a vaga do colega Toninho Vespoli como homenagem do seu partido ao mês das mulheres, sobre um discurso em que ela teria mencionado "projetos que são negociados" na Câmara. Seguiram-se reações indignadas de parte a parte e muito bate boca, do tipo "tenho um nome a zelar", de um lado, e "não temos medo de cara feia" do outro.
Quem também demonstrou bastante insatisfação foi Celso Jatene (PR), cuja proposta de criar uma "Comissão de Estudos" para analisar os projetos de privatizações e concessões de espaços públicos, que serão apresentados pelo prefeito João Doria (PSDB), não foi acatada pela maioria dos vereadores. Restou o "jus sperniandi" (o direito de reclamar).