Por exemplo (um só!): muito além do parcelamento das dívidas de tributos municipais para o cidadão comum, os vereadores aprovaram a isenção, anistia e remissão de multas do PSIU e do IPTU das igrejas, inclusive aquelas que alugam imóveis de terceiros - cujos proprietários terão suas dívidas perdoadas e, mais ainda, o direito de receber de volta do caixa da Prefeitura os valores que eventualmente já foram pagos.
O projeto foi aprovado com apenas um voto contrário (Claudio Fonseca, do PPS) e três abstenções (Soninha Francine, do PPS; Toninho Vespoli e Sâmia Bomfim, do PSOL).
Deu($) pra entender? Anistia (com devolução) do IPTU e do PSIU, ou seja, dane-se a vizinhança que reclama do barulho além do limite e fora de hora das igrejas. A bancada evangélica deu uma banana para o bom senso, para a lei, para o poder público e para o Estado laico. Vale tudo em nome da fé.
O portal Câmara Man fez a única postagem sobre o assunto anterior à votação. Até porque as mudanças foram inseridas de última hora no projeto substitutivo e a aprovação na quinta-feira à noite não é habitual na Câmara. Ou seja, os vereadores pegaram a população e toda a imprensa de surpresa.
O assunto vai repercutir agora a partir da publicação do jornal O Estado de S. Paulo, que reverberou a postagem do Câmara Man: Câmara de SP aprova anistia de dívidas de IPTU e multas às igrejas. Existe possibilidade de veto do prefeito João Doria (PSDB), porém, se isso ocorrer, haverá retaliação da bancada evangélica. Vamos acompanhar.