Mais uma semana encerrada sem quorum na Câmara Municipal de São Paulo, apesar dos apelos do presidente, vereador Milton Leite (DEM), que lembrou que o calendário do final de ano é curto para uma pauta extensa e "ameaçou" os colegas com sessões convocadas para 0h05 da madrugada e para as 10h da manhã de sexta-feira.
Quando ficou claro que a maioria dos vereadores não registraria presença, foram desconvocadas tanto a sessão "corujão" (como são apelidadas as convocações na madrugada) quanto a sessão "louro josé" (uma brincadeira com o assistente do programa matinal de Ana Maria Braga). Não adiantou nem apelar para o estômago, com a oferta de lanche de metro. "É por minha conta", garantiu o presidente.
O líder da oposição, vereador Antonio Donato (PT), ironizou que sentia uma "pequena ausência" na bancada governista. "Faltam pelo menos 30 vereadores", completou. O desentendimento sobretudo nos projetos de privatização do Complexo do Anhembi e do Autódromo de Interlagos, considerados "muito ruins" pela própria base de sustentação do prefeito João Doria (PSDB), segue travando a pauta.
Apesar de não haver sessão, o procedimento de tratoragem de projetos, que são pautados sem que tenham tramitado pelas comissões internas - nem mesmo pela Comissão de Constituição e Justiça, como sempre foi praxe antes de seguir para o chamado "congresso de comissões" -, provocaram novos protestos do presidente da CCJ, vereador Mario Covas Neto (PSDB). É realmente uma situação esdrúxula.
A intenção da presidência é aprovar em primeira votação, na próxima quinta-feira, dia 30 de novembro, o Orçamento de 2018. Aí serão mais quinze dias para apresentação de emendas (o acordo é de R$ 3 milhões por vereador) e também para a eleição da Mesa Diretora para o próximo ano. Vamos ficar de olho.