Prossegue a polêmica interminável sobre a forma com que o vice-presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Eduardo Tuma (PSDB), conduziu na semana passada a aprovação da CPI da Feirinha da Madrugada. O vereador Eduardo Suplicy (PT) propôs a anulação daquela votação, questionando a sua legalidade. O presidente da Casa, vereador Milton Leite (DEM) sugeriu o adiamento da instalação da CPI, negando qualquer ilegalidade, mas tentando um acordo entre os líderes para sanar o mal estar.
O proponente da CPI, vereador Adilson Amadeu (PTB), mostrou-se bastante contrariado com a possibilidade de nova votação. Disse que era um desprestígio ao vereador Tuma. Afirmou ainda não exigir a presidência dos trabalhos, mas garantiu que como membro terá "bala na agulha" para promover as investigações. Os vereadores Camilo Cristófaro, líder do PSB, e Antonio Donato, líder do PT, também bateram boca. A aprovação da CPI realmente não obedeceu à praxe da Câmara, nem passou por acordo ou debate preliminar. Estranho e lamentável.
Votação prevista para quarta-feira
As sessões extraordinárias da semana mantém os projetos de vereadores em pauta, muitos deles polêmicos, como já mostramos aqui. Por exemplo, em primeira votação, há um PL do próprio vereador Milton Leite, ligado às cooperativas de transporte urbano, que "altera o cronograma estabelecido pela Lei 14.933/2009 para adoção do biodiesel na frota de ônibus do sistema de transporte urbano de passageiros do município".
O líder do PV, Reginaldo Trípoli, sugeriu a inclusão na pauta de um projeto em segunda votação do vereador Gilberto Natalini, licenciado por ter assumido a Secretaria do Meio Ambiente, justamente para neutralizar a proposta de Milton Leite (contra quem Natalini aplicou recente multa ambiental como secretário) e assegurar a implantação do biodiesel na frota municipal. Foi tratado com deboche pelo presidente, que tachou de "sonho de uma noite de verão" do irmão menos experiente na política da família Tripoli. Foi constrangedor.
A intenção do presidente é limitar a sessão desta terça-feira à realização do congresso de comissões para instruir os projetos e votar apenas na quarta-feira: a princípio, simbolicamente, os projetos em primeira votação - que são a sua prioridade. Em seguida, em sessões apartadas, projetos em segunda votação, que exigem acordo e possivelmente não atingirão o quorum necessário.