Ao depor aos membros da CPI, Manuel Simão Sabino Neto, presidente de uma associação de comerciantes da Feira da Madrugada e intermediador na compra e venda de boxes no local, foi questionado pelo vereador Camilo Cristófaro em tom de voz alterado, como de costume, mas resolveu replicar à altura, iniciando uma cena desnecessária e constrangedora.
— Eu tenho a liberdade de rir - respondeu o depoente. — Não estou faltando com respeito.
— O Sr. está aqui como ilegal!
— Mas o Sr. também é acusado de ilegal pela Justiça Federal!
Pronto! Foi o que bastou para o vereador ficar possesso e ameaçar dar voz de prisão ao comerciante. Acusou-o de leviano, pois, segundo Camilo Cristófaro, o fato citado para atingi-lo não é matéria da Justiça Federal, como alegado, mas uma acusação do Tribunal Regional Eleitoral com apuração da Polícia Federal sobre supostas doações ilegais de campanha. "Polícia Federal não é Justiça Federal", berrou o vereador, repetidas vezes. "Além disso, a Polícia Federal já mandou arquivar o caso!"
A temperatura das reuniões da CPI é esta, semanalmente. Vamos ver, ao final dos trabalhos, no que vai resultar tanta gritaria. Assista um trecho aqui.